Na era da transformação digital, organizações altamente tecnológicas e startups com ideias inovadoras surgem a todo momento. Na Saúde, porém, a busca por esses modelos ainda é tímida. A evolução de ferramentas como big data, internet das coisas, realidade virtual e aumentada, blockchain e wearable devices, entre outras, mostra que o investimento em tecnologia traz retornos tanto do ponto de vista do paciente quanto do negócio. Mas esse resultado só acontece quando a inovação é acompanhada de uma mudança de cultura organizacional.
Arthur Igreja, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em tecnologia e inovação, dá três dicas para ajudar gestores na criação de uma cultura desse tipo na Saúde:
1 – Tenha um ambiente propício
O clima corporativo faz toda a diferença na criação de uma cultura de inovação. “O colaborador deve sentir que há espaço para errar, e que o erro é visto como uma oportunidade de crescimento. Esse comportamento o estimula a pensar em coisas novas sem ter medo. Trata-se de errar de forma produtiva. As grandes empresas têm dificuldades para introduzir uma cultura inovadora porque ainda atuam com a mentalidade de punir os erros.”
2 – Espalhe a ideia
Algumas instituições concentram práticas inovadoras apenas em um departamento, ou mesmo um laboratório, distante da rotina diária da assistência. Segundo Igreja, essa prática limita a inovação na Saúde. “Com um único departamento voltado à questão, há menos cabeças pensando em inovar. Quando essa cultura se estende para toda a organização, ela se torna mais ágil, mais acostumada com a mudança de comportamento do consumidor, no caso, o paciente. A verdadeira mudança não está na tecnologia, e sim em como ela altera a vida das pessoas.”
3 – Use o conceito de open innovation para democratizar problemas
por ter como objetivo principal cuidar de vidas, o setor de Saúde deve trabalhar para evitar o erro. Mas isso não torna a inovação algo impossível, sobretudo na gestão. Igreja ressalta que a inovação pode partir de qualquer lugar da organização. “Sem dúvida é um setor especial, onde o erro não é desejado, o que cria um rótulo muito pesado e se torna desculpa para não inovar. Para driblar o problema, as organizações podem adotar o conceito de open innovation, que consiste em se unir para resolver problemas e até mesmo convidar empresas de outros setores para ajudar, como startups. O segredo é democratizar os problemas para resolvê-los juntos”, garante.
Para Igreja, a criação desse ambiente que favorece a inovação em Saúde é um diferencial que vai garantir a sobrevivência das organizações no futuro. Portanto, quem não se adaptar não sobreviverá ao avanço da tecnologia, que promete mudar a forma como encaramos o cuidado em um futuro bem próximo
Fonte: Agência Essence