O leilão de tecnologia 5G no Brasil está previsto para ser realizado no 1º semestre deste ano. A oferta atrai investidores de todo o mundo e dita as tendências no mercado de comunicação no ano que se inicia.
Além de internet até 100 vezes mais rápida, as redes de 5G usarão um espectro de rádio mais abrangente, permitindo que mais aparelhos móveis se conectem em simultâneo, com maior estabilidade do que os atuais 4G, 3G e 2G. Isso representará uma revolução para diversos setores, desde logística à agricultura, passando pela indústria e pelo planejamento urbano.
A tecnologia deve expandir a usabilidade de ferramentas inteligentes, criando grandes centros ou até mesmo cidades inteiras completamente conectadas: lâmpadas, carros, geladeiras e muito mais.
O leilão do 5G no Brasil abarcará as seguintes faixas de radiofrequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz; e 26 GHz. São por meio dessas tecnologias que os dados serão transmitidos em ultravelocidade dos celulares e aparelhos em geral para as torres de comunicação.
Considerada a “banda de ouro” por especialistas, o 3,5 GHz deve ser o espectro mais cobiçado entre eles. A licitação dessa faixa será ofertada de forma nacional e regional. Para corrigir distorções, o leilão foi estruturado em forma de “blocos”. Por exemplo, a empresa que ganhar a operação em São Paulo terá que atender também a região Norte, com áreas menos rentáveis.
A expectativa de especialistas e do mercado é de que a oferta do 5G no Brasil seja a maior do mundo, movimentado cerca R$ 35 bilhões. Devido à pandemia, o leilão –que estava previsto para acontecer no 1º semestre de 2020– teve de ser adiado.
Arquitetura da Rede 5G e como ela se diferencia dos outros modelos
Muito tem se falado sobre a chegada da tecnologia 5G. A quinta geração da internet móvel está começando a ser implementada em diversos países, inclusive o Brasil e promete revolucionar a forma como nos conectamos à rede, permitindo a adoção e a implementação de novas soluções no cotidiano tanto residencial quanto empresarial.
A arquitetura da rede 5G vem com o principal propósito de atender, de forma flexível e eficiente, requisitos de serviço móvel diversificados. Com rede definida por software (SDN) e virtualização de funções de rede (NFV), o 5G chega com um grande avanço tecnológico.
A 5G traz, assim, maior largura de banda, maior confiabilidade e uma estrutura mais robusta. Além disso, proporciona menor latência e uma conectividade bastante superior em comparação com as gerações anteriores.
Sua arquitetura é formada por duas redes: a Non-Standalone e a Standalone. Veja a seguir sobre elas:
- Non-Standalone: há compartilhamento de infraestrutura, no qual o 5G utiliza o 4G já existente para funcionar. Contudo, nesse caso, ele ainda não opera no seu máximo de potência;
- Standalone: funciona com infraestrutura própria, sem a necessidade de equipamentos de tecnologias anteriores.
Como funciona a 5G na prática?
A 5G funciona através de ondas de rádio — até aí, nenhuma diferença em relação aos padrões anteriores. Contudo, o que a diferencia é o espectro de cobertura, que é significativamente maior do que os modelos anteriores (alcança entre 600 e 700 MHz, 26 e 28 Ghz e 38 e 42 Ghz). Isso permite uma capacidade maior de transmissão de dados.
Contudo, os comprimentos de ondas são menores que os operados na tecnologia 4G, o que exige o posicionamento de mais antenas de 5G nos centros urbanos. Entretanto, elas podem ser feitas em antenas menores, próximas ao chão, podendo ser implementadas em tampas de esgoto, pontos de ônibus, entre outros locais, facilitando a transmissão.
Outro diferencial é que as antenas da 5G tem um mecanismo inteligente, que permite focalizar o sinal de rádio, em vez de transmiti-lo em todas as direções, o que garante maior precisão na transmissão.
A 5G representa, assim, a evolução das tecnologias anteriores. Por exemplo, a que temos vigente atualmente é a 4G. Conheça o histórico das redes:
- 1G: surgiu por volta da década de 1980, na qual a voz era analógica;
- 2G: surgiu na década de 1990, na qual a voz passava a ser transmitida no formato digital. Permitiu a realização das chamadas de voz e troca de mensagens de texto;
- 3G: chega nos anos 2000, com o surgimento dos dados móveis. Os celulares passaram, assim, a incorporar novas funcionalidades, como câmeras de foto e vídeo e MP3 player;
- 4G: momento atual, no qual inaugura-se, de fato, a banda larga móvel. Permitiu, por exemplo, a popularização dos smartphones e a criação de aplicativos.
O leilão das frequências da 5G ocorrerá no Brasil em 2021 e podemos esperar as primeiras redes operacionais já no começo de 2022, ainda que de forma conservadora.
A 5G traz uma série de inovações para o uso de tecnologia nos mais diferentes setores. Por exemplo, por meio dela, é possível que um cirurgião especialista em determinado problema realize uma cirurgia de forma teleassistida, estando há 50 km de distância da mesa de cirurgia. Isso é possível graças a uma tecnologia móvel eficiente, com uma conexão de qualidade, na qual, através de sensores, ele possa realizar os procedimentos sem estar na sala de cirurgia.
Outro ponto no qual a 5G trabalha é, também, proporcionando a possibilidade do uso de carros autônomos. Com a conectividade de alta velocidade disponível de forma móvel, é possível que os veículos possam se movimentar, de forma autônoma, por rodovias, comunicando-se com dispositivos ao longo do trajeto.
Esses dois são apenas alguns dos exemplos do que está por vir nos próximos anos. Por isso, esteja atento e prepare-se para a revolução. Você pode encontrar formas de implementar a 5G nas suas rotinas internas (como o uso da Internet das Coisas), além de tê-la como aliada para criar soluções para seus clientes. Há uma infinidade de possibilidades que estão vindo aí e que merecem atenção especial por parte das empresas e seus gestores.
Fonte: Poder 360 / Rafael Barbosa – Murilo Fagundes e Connectoway