A palavra algoritmo vem do árabe al-Huwârizmî e significa operação ou processo de cálculo. Com os avanços em tecnologia da informação, operações de cálculos em larga escala e interações cotidianas personalizadas já são parte da nossa realidade, embora muitas vezes imperceptíveis.
O Gartner, uma das mais prestigiosas consultorias globais quando o assunto é análise de indicadores e tendências, na área de Tecnologia da Informação, já fala em uma “algorithm economy” e as potencialidades que se abrem com ela.
Com a Internet e a explosão da geração de dados, estamos cercados por empresas que fizeram dos algoritmos seu ativo mais relevante, em termos de negócios. É só pensarmos nos mecanismos de busca do Google, de recomendação da Amazon, dos sites de procura e booking de hotéis e outras “n” soluções, que já foram incorporadas em nossas vidas.
Os algoritmos também são parte essencial de novas tecnologias disruptivas, como os veículos autônomos. Um carro do Google, por exemplo, é um carro recheado de modelos preditivos, que tomam decisões a cada instante.
Quais são os segredos mais guardados da Amazon, Google e Facebook ? Sim, seus algoritmos. São eles que tornam estas empresas tão valiosas.
O importante não é grande massa de dados que estas empresas coletam diariamente, mas sim a sua capacidade real de análise e entrega, ou seja, o que elas efetivamente fazem com estes dados. Soluções de Big Data e Business Intelligence são apenas a ponta desse iceberg, pois em breve, as empresas passarão a ser avaliadas não apenas pelos dados que possuem, mas pelo o que realmente constroem, através dessas informações. E assim, chegamos a um mundo dos negócios, em que os algoritmos ditarão as novas regras de mercado.
Segundo Alan Duncan, diretor de pesquisas do Gartner, as organizações passarão a ser avaliadas não apenas pelo seu Big Data, mas também pelos algoritmos que transformam estes dados em ações e, consequentemente, melhoram a experiência do usuário. O pesquisador prevê que, ainda em 2018, mais de 50% das grandes organizações mundiais irão competir no mercado utilizando analytics avançados e algoritmos próprios, o que irá resultar numa ruptura total com nosso atual modelo de negócios. A vantagem competitiva não está mais em ter e estudar milhões de dados, mas no que esses dados podem fazer pelo relacionamento com o seu cliente. Nossa nova moeda de troca são as relações.
O futuro dos algoritmos está vinculado ao sucesso de interações com o mundo físico, pois apesar da revolução do Big Data, as ações ocorrem entre as pessoas. O relacionamento e as respostas imediatas são a nova chave para o sucesso, dentro da iniciante Economia dos Algoritmos.
Os algoritmos em si são novos produtos no mercado. Empresas com uma visão estratégica inovadora já estão trabalhando para conseguir produzir algoritmos cada vez mais inteligentes e velozes. É interessante pensar que esse é um trabalho imenso, mas que tem como função principal se passar por algo extremamente orgânico. O papel do algoritmo é se fingir algo tão natural, tão presente no dia a dia das pessoas, que pareça que sempre esteve ali. Quanto mais imperceptível – porém eficaz – para seus clientes, melhor.
Tanto poder acarreta também uma série de responsabilidades. Com a automação, vários problemas são resolvidos em larga escala, mas é preciso estar atento às possíveis ameaças. Questões éticas, na área da saúde e indústria farmacêutica, por exemplo, precisam ser avaliadas caso a caso. Mesmo que seja para o benefício de muitos, é preciso sempre avaliar se aquela ação automática não pode gerar consequências negativas ou com uma ética questionável.
A tecnologia dos algoritmos não é algo novo, mas a forma como nossa economia e sociedade está passando a depender dela sim. Este é um mundo novo, a gestão estratégica dos algoritmos e as inúmeras possibilidades que ela nos apresenta em termos de negócios e oportunidades.