Antes mesmo do advento da Covid-19,o uso de tecnologia para potencializar os serviços, exames e diagnósticos voltados para a área da saúde já era das vertentes mais promissoras do mercado por conta do seu potencial: de acordo com um relatório produzido pela Global Market Insights, o mercado de health tech deve alcançar US$ 504 bilhões já em 2025. Com certeza, estes indicadores serão revistos à luz da pandemia, mas é certo que passado o auge da crise epidemiológica, o mercado reforçará ainda mais suas apostas no desenvolvimento do segmento de health tech, explorando ainda mais todas as suas potencialidades.
Por conta desse montante acima mencionado, já foi possível notar o crescente interesse de grandes empresas nesse ramo. Dos exemplos significativos, podemos contar a compra da empresa de vestíveis Fitbit pelo Google por US$ 2,1 bilhões e as aquisições realizadas pela Amazon para montar seu plano de saúde para funcionários.
E essa movimentação também já é percebida dentro do Brasil — tanto no surgimento de startups voltadas para esse setor como para capacitação e aprendizado da comunidade médica.
Expansão local
Segundo dados do Healthtech Report 2019, estudo produzido pela empresa de análise Distrito sobre a presença do setor no país, foram encontradas 386 startups com foco no uso de tecnologia para a saúde.
Quando divididas por categorias, a pesquisa descobriu que a principal atividade dos negócios em atividade está na melhoria da gestão em clínicas, hospitais e laboratórios, com 24,2% de participação de mercado. Em segundo lugar (com 16,3%) estão empresas que facilitam o acesso à informação e em terceiro (15,5%) as companhias que se enquadram na categoria de marketplace – redes de clínicas populares e plataformas que reúnem profissionais de saúde para consultas.
Dentre os cases citados no relatório, está o da start-up , que utiliza soluções que usam inteligência artificial para encontrar patologias em exames, a fim de ajudar médicos a aumentarem a precisão do diagnóstico e, simultaneamente, diminuir o tempo e o custo necessário para se obter um resultado.
Outra empresa mencionada no documento é o da plataforma criada para o público médico com o objetivo de otimizar e facilitar o processo de prescrição médica, construindo um histórico de prescrições realizadas ao mesmo paciente.
Ao analisar o crescimento desse nicho, percebe-se que a maior taxa de abertura de health techs ocorreu entre 2015 e 2019, quando o setor passou de 226 empresas para 386 negócios. No quesito atendimento, o mercado apresenta equilíbrio entre o percentual de empresas focada exclusivamente no público consumidor (39,5%) e as voltadas para atendimento empresarial (47,6%).
Startup do Einstein desenvolve teste de coronavírus, inédito no mundo
O método aplicado garante precisão igual ao do teste RT-PCR (mais preciso, atualmente), porém, com um volume de processamento 16 vezes maior
A descoberta de um novo tipo de teste para o coronavírus, inédito no mundo, foi anunciada nessa quinta-feira, 21, pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Desenvolvida pelo braço de inovação do Einstein e pela startup de bioinformática Varstation, o método garante precisão igual ao do teste RT-PCR, porém, com um volume de processamento 16 vezes maior.
De acordo com o hospital, o novo teste para o coronavírus permite a realização simultânea de até 1.536 amostras, usando a chamada tecnologia de “sequenciamento de nova geração”, que analisa pequenos fragmentos de DNA para identificar doenças e mutações genéticas.
A inovação está na adaptação do método para detectar também moléculas de RNA, que, no caso de alguns vírus, contêm todo o seu material genético. Com o novo teste é possível detectar no paciente a presença do RNA do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. A pesquisa com esse tipo de metodologia começou em março.
Para Claudio Terra, engenheiro e diretor de inovação e transformação digital do Einstein, esta nova metodologia coloca o Brasil em uma relevante posição na discussão sobre testagem em todo o mundo. “Nosso interesse agora é fazer acordos de grandes proporções, não temos interesse em manter essa tecnologia só no Einstein”, disse.
Após o anúncio do novo tipo de teste para coronavírus, patenteada nos Estados Unidos na semana passada, a equipe do hospital agora busca parcerias, incluindo no exterior, e aumentar a capacidade de testagem.
Atualmente, o resultado do novo teste de coronavírus fica pronto em três dias. As equipes do Einstein estão trabalhando para tentar reduzir o prazo e esperam ele esteja sendo utilizado na rotina do hospital até o início de junho.
Fonte: Computerworld / Mônica Wanderley e Focus.jor