Empresas brasileiras precisam participar dessa mudança em curso para se manterem competitivas.
A palavra transformação nos remete a sair de nossa zona de conforto e nos aventurar por um mundo novo. Num primeiro momento, pode gerar certo estranhamento, mas, de forma geral, traz novas perspectivas e resultados surpreendentes. Quando nos referimos ao mundo corporativo, essas perspectivas podem significar novos negócios, mudança de cultura, mais competitividade e, muitas vezes, elevar aquela empresa ao título de avant garde. Diante desse cenário, a transformação digital surge como um processo que já abarca muitas companhias no país, mas há ainda um caminho a ser percorrido por um grupo de empresas que precisa passar a olhar para esta realidade e seguir rumo ao futuro.
Sob a perspectiva da tecnologia, a transformação digital traz a necessidade de se repensar a arquitetura atual para capturar benefícios do que há de mais moderno e definir o que fazer com os atuais ERPs, sigla para o termo inglês Enterprise Resource Planning, que sempre serão parte fundamental da jornada digital. O ERP sempre funcionará como elemento integrador de dados, de processos e será responsável por armazenar o histórico e “vícios” de cada empresa. Aqui podemos entender vícios como a forma com que cada organização vem utilizando o ERP para se adaptar às necessidades de seus processos de negócio.
Por fim, o ERP influencia como a empresa se relaciona com a tecnologia e é justamente por essa razão que ele é a porta de entrada de toda companhia para o mundo digital. Aliás, quais seriam as portas de entrada para o mundo digital? As empresas devem estar prontas para inovar, a qualquer hora e em qualquer plataforma, pois inovação é refletida na cultura da empresa e não apenas nas modificações tecnológicas. No entanto, áreas de TI corporativas que estão a caminho da empresa digital, têm imaginado como primeiro passo o de “desconstruir” o ERP, levando-o de volta ao ‘core’ ou à aplicação fundamental e adequar processos de negócio, mapeando os pontos em que realmente haja diferenciais competitivos para acomodação das camadas de inteligência.
Acreditamos que a abordagem mais apropriada para as empresas é a reimagine platform, termo em inglês para um processo que tem como objetivo fazer nossos clientes repensarem o modelo de negócios e processos. Nela, combinamos várias linhas de conhecimento que auxiliam nossos clientes na jornada digital, explorando cinco guias principais:
1) a empresa digital não sobrevive sozinha; ela é vista sob o contexto de ecossistema com parceiros desenvolvidos para complementar seus negócios;
2) não há barreiras em seus processos que são desenhados para suprir as necessidades de negócios e não de áreas específicas;
3) aproveitar ao máximo as tecnologias disponíveis no momento, sejam em camadas transacionais ou plataformas de inovação;
4) o consumo de dados e informações de um universo exterior ao dos ERPs;
5) analytics (camada de inteligência da empresa) inserida em todo o contexto do negócio e disponível – na medida certa – a todos os usuários.
A organização que, ao longo do processo, conquistar o equilíbrio perfeito entre essas cinco guias e encontrar a melhor forma de implementá-las, terá internalizado a transformação digital em sua cultura. Assim, sem medo e com olhos no futuro.
Fonte: Carlos Fogarolli, sócio da área de Consultoria em Tecnologia da Deloitte Brasil