Recentemente, um rapaz que possui paralisia cerebral abotoava a sua própria camisa, em uma publicação no LinkedIn. Para muitos de nós, esse é um ato simples e cotidiano, e nem paramos para pensar ao abotoarmos uma camisa. Para aquele rapaz, essa ação era impossível até então, se não fosse pela ideia de uma pessoa de criar botões com ímãs que facilitariam sua vida. Pois é, mas só a ideia de criar a camisa com esses botões não era suficiente. A ideia pela ideia não mudaria a realidade, não é mesmo?
A segunda parte dessa história é que outra pessoa acreditou nessa ideia e produziu uma camisa com os botões de imãs. Com a camisa se tornando uma realidade, o rapaz pôde vesti-la sozinho e se sentir feliz realizando essa ação que, até pouco tempo atrás, não poderia realizar.
Essa história traz dois conceitos-chaves para ambientes inovadores. A primeira parte da história remete ao conceito de criatividade. A criatividade é uma das competências mais requisitadas para profissionais que atuam em empresas no século XXI. Ela é a capacidade de gerar novas ideias, solucionar problemas, criar novas soluções e facilitar a adaptação em ambientes que passam por constantes mudanças. A criatividade provoca o processo de criação de novos produtos, serviços e modos de trabalhar e viver, como a ideia da camisa.
No entanto, é a inovação responsável por colocar todas essas ideias em prática. A inovação é outra competência altamente demandada no contexto em que vivemos. As constantes mudanças e o ambiente de incertezas exigem que as empresas e os profissionais vão além de suas zonas de conforto e impulsionem movimentos inovadores. Isso só acontece quando a organização oferece um ambiente seguro, para que os seus profissionais possam acionar sua criatividade e, então, tornar essa criatividade um negócio. Isso é inovação.
A camisa pronta e disponível para o rapaz comprar e vestir é inovação. A inovação é a criatividade aplicada, colocada em prática, sendo diretamente direcionada para quem precisa dessa inovação. Portanto, criatividade e inovação caminham de mãos dadas, mas nem toda criatividade é inovação! Por outro lado, toda inovação precisa de criatividade.
É por isso que as empresas buscam profissionais que possuem essas duas competências essenciais para ambientes inovadores. Por meio desses profissionais, é possível impulsionar o ciclo de inovações e gerar negócios, produtos e serviços mais aderentes às necessidades atualizadas do mercado e dos consumidores.
Como desenvolver a criatividade e inovar?
Há vários modos de desenvolver a criatividade nas equipes, estabelecendo processos que permitem que a inteligência coletiva venha à tona. Alguns exemplos são o clássico brainstorming, o world café, o design thinking, a dinâmica dos seis chapéus, entre outros.
A criatividade e a inovação somente serão acionadas pelos profissionais se eles tiverem um ambiente seguro, que permite a liberdade para pensar “fora da caixa” e a possiblidade de errar sem punição. O erro em ambientes inovadores é visto como passo para o sucesso. No entanto, é claro, não se pode cometer o mesmo erro duas vezes! O processo de aprender com os erros e avançar em melhorias contínuas e ágeis é importante para a criatividade e a inovação. Muito além de salas coloridas e diversão dentro da empresa, é preciso haver liberdade e um ambiente fluido para criar.
Outro ponto importante: o líder deve estar preparado para dar suporte à sua equipe nos processos criativos. Lembre-se: o líder deve estar a serviço do grupo.
Começamos este artigo contando a inspiradora história da camisa com botões de imãs e encerramos a conversa com aspectos necessários para desenvolver a inovação. E deve ser assim mesmo: a criatividade e a inovação, juntas, têm a capacidade de mudar as vidas das pessoas: gestores e suas esquipes. Agora, toda vez que estiver abotoando a sua camisa, lembre-se do rapaz que teve sua vida transformada por uma ideia que virou realidade, ou melhor, inovação!
Fonte: Arbache / Ana Paula Arbache