Imagine zerar as filas para transplantes de órgãos com a utilização de um artigo de papelaria. Ainda não chegamos tão longe, mas estamos no caminho.
O uso de impressoras 3D na medicina tem proporcionado soluções espetaculares para pacientes do mundo inteiro. O melhor? Estamos apenas no início de uma imensa lista de possibilidades.
Uma reportagem especial publicada no site Racounter em março de 2018 lista dois casos recentes: o de uma garotinha que perdeu os braços quando era apenas bebê e o de uma mulher com câncer de rim em estágio terminal.
As histórias são inspiradoras e, nas duas ocasiões, a impressora 3D revelou-se a verdadeira heroína dos procedimentos cirúrgicos.
Continue lendo esse artigo e descubra as vantagens dessa ferramenta para a área da saúde.
Impressoras 3D em transplantes de órgãos e membros
Segundo a publicação da Racounter, Tilly Lockey perdeu as mãos por causa da meningite, ainda bebê. Quase 10 anos depois, o primeiro teste clínico de um novo modelo de próteses, na Inglaterra, desenvolveu novos membros para a menina. O processo levou apenas um dia.
Uma das grandes vantagens do uso de impressoras 3D em processos como os de Tilly é o custo-benefício.
“As mãos custam cerca de £5,000. Comparado com os £60,000, aproximadamente, que são cobrados para próteses com dedos controláveis, o valor é muito mais viável – especialmente para o caso de crianças, que estão em fase de crescimento.”
A cidade de Belfast, na Irlanda do Norte, serviu de palco para outro acontecimento inspirador. Aos 22 anos, Pauline Fenton fora diagnosticada com câncer terminal nos rins e contava com um novo órgão que receberia do próprio pai, através de transplante.
Ambos foram pegos de surpresa quando, durante exame de rotina, o pai da paciente descobriu um cisto potencialmente cancerígeno no rim destinado à doação. Entretanto, como a única alternativa era a remoção do cisto, os médicos tiveram a oportunidade de analisar uma réplica exata do rim impresso tridimensionalmente.
Por terem uma impressão em 3D da anatomia do paciente em mãos, existe um nível extra de compreensão que simplesmente não é possível com imagens 2D ou 3D na tela. Ou seja, “o nível de percepção é inalcançável com imagens pré-operatórias padrão”, relata Tim Brown, médico cirurgião responsável pelo procedimento.
Qual o impacto da tecnologia 3D na economia?
Se continuar seguindo esses passos e oferecendo resultados positivos, benéficos tanto para a medicina quanto para pacientes, as impressoras 3D podem estar muito próximas de invadir hospitais, clínicas e instituições de saúde em velocidade recorde.
Um estudo realizado pela Transparent Marketing Research prevê crescimento médio anual de 17,7% no mercado de dispositivos 3D até 2025. Atualmente, ainda de acordo com a reportagem da Racounter, a maior demanda é para implantes ortopédicos e restaurações dentárias, o que deve continuar pelos próximos anos.
Outra vantagem das impressoras 3D na medicina é a precisão das peças e a rapidez na entrega.
“Os modelos são extremamente precisos e criam acabamentos de superfície lisa para coroas e outros modelos ortodônticos, que podem ser obtidos no local, reduzindo a necessidade e o custo investido em laboratórios.”
A revista Forbes revela também que, até 2021, a tecnologia tridimensional deve valer pelo menos US$ 1,3 bilhões. A publicação aproveita para comparar custos e oferecer uma previsão simples sobre as diferenças que poderemos alcançar dentro dos próximos anos.
Um transplante normal de rim, por exemplo, custa em média US$ 330 mil, de acordo com a Fundação Nacional para Transplantes norte americana. Entretanto, existem startups, como a BioBots, que comercializam “impressoras 3D biológicas” por apenas US$ 10 mil.
Ou seja, em um futuro não tão distante, poderemos ver o preço de procedimentos, desde médicos até estéticos, sofrerem uma drástica queda, causando uma disrupção completa no setor.
A medicina do futuro
Podemos começar pensando não apenas em órgãos e membros inteiros, como ampliar o campo de visão e incluir, também, outros elementos essenciais para a saúde humana. Considere enxertos de pele, ossos, vasos sanguíneos e outros tecidos. Tudo isso pode, em pouquíssimo tempo, ser criado através de impressões tridimensionais.
Até mesmo medicamentos poderão ser criados especialmente àqueles pacientes que apresentam restrições de ingestão causadas, por exemplo, por doenças como diabetes e hipertensão.
A reportagem da Forbes afirma que o design das drogas do futuro poderia permitir a liberação inteligente de componentes terapêuticos distintos em horários específicos.
O site Medical Futurist, que aborda assuntos relacionados aos avanços na área da saúde, publicou uma lista de ações atualmente em andamento, todas relacionadas à tecnologia 3D.
Dentre os projetos e pesquisas existentes estão:
• Um projeto de um professor da Universidade de Washington, que modificou uma impressora 3D para combinar produtos químicos a um pó de cerâmica, criando suportes que promovem o crescimento ósseo em qualquer formato;
• O desenvolvimento de uma válvula cardíaca com a mesma arquitetura anatômica da original, por Jonathan Butcher, da Cornell University;
• O uso de fotografias de orelhas humanas para criar moldes tridimensionais, que depois foram preenchidos por cartilagem e colágeno, por Lawrence Bonassar, também da Cornell University;
• O desenvolvimento de pele sintética para pacientes com queimaduras graves, um projeto fruto do trabalho de pesquisadores da Wake Forest School of Medicine, dos Estados Unidos, e da Universidade de Madri, na Espanha.
De fato, as impressoras 3D estão a um passo de realmente transformar a medicina mundial, tornando o atendimento mais rápido, financeiramente acessível e personalizado.
O tema é curioso e constantemente nos surpreendem com novidades e descobertas. Entenda a revolução da Impressora 3D para saber como esta tecnologia está sendo utilizada em outros setores do mercado!
Fonte: iclinic/Tiago Magnus