Recentemente, lá no meio da plateia de um importante evento, alguém levanta sua mão direita e me pergunta: Professor, como está sendo usada a inteligência Artificial (IA) em Supply Chain e logística? Uau…que fantástico. Adorei a pergunta. Consegui articular uma resposta, mas confesso que mais poderia ser abordado sobre este assunto que vem se materializando rapidamente. Há dez anos a IA era extremamente insipiente no mundo dos negócios. Papos mais acadêmicos e com algumas aplicações mais estreitas, como reconhecimento de voz, análise de dados, tradução automática, jogos, algumas áreas da medicina e finanças. Mas as máquinas não possuíam a capacidade do aprendizado que hoje possuem. E as aplicações de IA em Supply Chain eram embrionárias e exploratórias. Ainda que exista há muito tempo a utilização, o desenvolvimento de IA se deve a alguns fatores como, por exemplo:
– Aumento da disponibilidade de dados;
– Avanços em algoritmos e técnicas de aprendizado de máquina;
– Acesso a recursos computacionais mais poderosos e com maior capacidade de processamento;
– Aumento da demanda por soluções IA levando a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, impulsionando a inovação;
– Aplicações práticas passam a ter sucesso, trazendo uma miríade de oportunidades em diferentes áreas e aumentando a escalabilidade;
– Disponibilidade e desenvolvimento de ferramentas e plataformas de IA;
– Computação em nuvem, democratizando o acesso a esta tecnologia;
– Integração com outras tecnologias, como Internet das Coisas, robótica, análise de dados e automação.
Com todos estes fatores tomando corpo e conectando-se entre si surgem as redes colaborativas entre empresas, instituições acadêmicas e startups. As dores do negócio começam a ter foco e as soluções começam a ser desenvolvidas para uma enorme variedade de possibilidades. A ferramenta per se não é foco de meus estudos, até porque este tema varia todos os dias e outras pessoas mais focadas e especializadas no assunto têm maior domínio sobre a matéria.
Não vou definir IA e suas estruturas, mas sim de como aplicá-la à logística e ao Supply Chain. E, ademais, explorarei Supply Chain e logística na certeza de que muita coisa pode ser adicionada. E que as pessoas não fiquem tímidas. Pelo contrário, contribuam com sua visão. Somos todos protagonistas de um mundo em constante mudança.
Encaixando IA nos negócios
Já temos entendido que Supply Chain é uma área extremamente nervosa dentro das organizações. Independentemente de segmento, os desafios são hercúleos e as complexidades aumentam cada vez mais. Não há um dia igual ao outro. Os pedidos fluem digitalmente na velocidade da luz. Mas, fisicamente, os produtos ainda são movidos por caminhões, trens, navios e aviões. Novas formas e modelos de fazer negócios são idealizados, desenvolvidos e implementados. Com o aumento da complexidade dos portfólios de produtos, a demanda por agilidade e a constante volatilidade do mercado, as cadeias de suprimentos têm se tornado mais desafiadoras para se gerenciar.
Adicionalmente, a crescente preocupação com o impacto ambiental força a otimização dos fluxos para reduzir consumos de combustíveis, o que torna a resiliência da cadeia uma prioridade para empresas e partes interessadas. Como a Inteligência Artificial é a bola da vez, as soluções voltadas para a gestão e operação de Supply Chain passam a ter foco nestas tecnologias, esperando que sejam instrumentos satisfatórios para suportar as organizações nesta jornada repleta de desafios.
Uma abordagem integrada de ponta a ponta e holística pode identificar as oportunidades e limitações das funções de negócios, desde comprar até vender. A IA muda o jogo. Sem dúvidas. Sua enorme capacidade de analisar rapidamente enormes volumes de dados, entender seus relacionamentos, trazer maior transparência e visibilidade às operações a torna um elemento essencial para apoiar nas tomadas de decisões.
A descoberta do uso de IA em logística e Supply Chain é cuidadoso. E as empresas estão identificando oportunidades e aplicando as soluções desde o carregamento de caminhões até a previsão de demanda.
É fantástica a capacidade humana de desenvolver e inventar coisas. Imaginar que há milhões de anos nossos antepassados descobriram o fogo, ferramentas de pedra, abrigos e comunicar-se é algo admirável. O que dizer da IA então?
A Inteligência Artificial tem se estabelecido como um dos principais pilares para impulsionar a transformação na gestão de Supply Chain e logística. Na minha avaliação, ao longo dos últimos anos, a IA passou de uma tecnologia emergente para uma ferramenta essencial na otimização das operações, resolução de desafios complexos e tomada de decisões estratégicas.
Com a capacidade de processar grandes volumes de dados, entender relacionamentos e identificar padrões, a IA se tornou um valioso instrumento para aprimorar a eficiência e a resiliência das operações. Desde a otimização de rotas e previsão de demanda até a automação de armazéns e identificação de produtos falsificados, as aplicações da IA são fantásticas e trazem forte impacto organizacional.
A busca contínua por soluções baseadas em IA, o investimento em pesquisa e desenvolvimento e a colaboração entre empresas e instituições têm impulsionado a evolução dessa tecnologia, tornando-a uma aliada indispensável para enfrentar os desafios constantes do mundo dos negócios.
Com a Inteligência Artificial como aliada, Supply Chain e logística têm se fortalecido, permitindo que as empresas se adaptem às mudanças do mercado, ofereçam um serviço mais eficiente e personalizado aos clientes e mantenham a competitividade em um ambiente em constante evolução. Importante ter em mente que o futuro da logística está intrinsecamente conectado à IA, e cabe às empresas e seus profissionais abraçarem essa tendência e explorar as oportunidades que ela oferece para alcançar o sucesso nos negócios.
A Inteligência Artificial continuará a evoluir e desempenhará um papel ainda maior no mundo dos negócios, ajudando as empresas a se adaptarem às mudanças dinâmicas do ambiente comercial e a alcançarem níveis ainda maiores de eficiência, agilidade e resiliência. No entanto, obter o máximo dessas soluções não é simplesmente uma questão de tecnologia; as empresas devem adotar medidas organizacionais para capturar o valor completo da IA. E as pessoas devem estar preparadas. Por isso, educar para transformar.
Fonte: LogWeb/Paulo Bertaglia