O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou na última sexta-feira (14), em Plenário, que passou da hora de a administração pública incorporar a tecnologia em seus processos para dar mais agilidade e eficácia aos serviços prestados ao cidadão.
Ele citou dados da Estratégia Brasileira de Transformação Digital, apresentados em 2018 pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, segundo os quais o atendimento presencial num órgão público custa aos cofres do governo R$ 43,68. Na modalidade on-line, esse mesmo atendimento pode sair a R$ 1,20, disse.
Izalci afirmou que a adoção do chamado GovTech pode ser feita por meio de parceria entre os setores público e privado.
Mas alguns requisitos precisam ser observados, ponderou o senador, ao citar a necessidade de o país implementar uma política digital que dê um maior acesso da população à internet e um serviço mais rápido e barato para a sociedade.
Outra questão central do governo tecnológico que eu quero destacar é a possibilidade de usar a tecnologia para as políticas públicas mais assertivas. Para isso, é preciso usar a tecnologia disponível para gerar dados e usá-los de forma que o governo obtenha a compreensão mais clara da realidade, conhecer as necessidades e, assim, promover melhorias com maior agilidade e responsabilidade.
O Brasil precisa construir um governo 100% digital
Existe hoje, no mundo, uma febre GovTech – termo que define os governos digitais, que abraçam soluções em tecnologia em diversas áreas e, assim, ganham em agilidade, desenvolvimento e diminuição de custos. Não se trata de uma pequena indústria (consultorias falam em um mercado global de mais de US$ 400 bilhões) e exemplos não faltam: vão de Cingapura, que já tem uma agência dedicada à inovação, até Israel, consolidada como uma “startup nation”. O Brasil precisa, por exemplo, incentivar a organização e uso de dados colhidos. Saber “ler” números, entender como age a população e identificar o que ela precisa a partir daí é uma mina de ouro para a organização pública – que, aliás, já recolhe esses dados de qualquer maneira por meio dos serviços que oferece.
Na área da saúde, o uso de dados pode controlar muito melhor os recursos e dirigir planos de ação (sem falar em benefícios pontuais, como aplicativos de agendamento e prontuários online).
Soluções GovTech implicam na evolução de leis e regulamentos que permitam a inovação, que deem segurança e incentivo a funcionários públicos e líderes como prefeitos e governadores a abraçar e fomentar as ideias que envolvam o uso da tecnologia.
Fonte: Agência Senado/O Estado de São Paulo – Letícia Picolotto