Você tem reparado que estão surgindo novas carreiras profissionais que não eram sequer imaginadas no início do século? Você sabe dizer o que faz o evangelista de tecnologia?
A aceleração no desenvolvimento de novas tecnologias disruptivas está provocando mudanças no mercado de trabalho. Algumas carreiras estão se extinguindo, como se previa, e outras passam por mudanças, demandando novas habilidades e conhecimento. Também é previsível que profissões surgirão, mas alguns casos transcendem o que se imaginava para o mercado de trabalho do futuro.
Nesse cenário, o evangelista de tecnologia está se tornando mais comum nas empresas desse mercado. Os profissionais dedicados a esse métier defendem determinadas tecnologias, produtos e serviços, o que requer paixão por inovação, combinada com um bom trabalho de networking e marketing. Há outros ingredientes e habilidades.
Um conselho: não caminhe para o raciocínio simplista que coloca esse profissional como um garoto propaganda. O conceito da nova profissão, explicam os especialistas desse mercado, alcança dimensões, habilidades e tarefas que vão além – em quantidade e complexidade – da participação constante em comerciais de um determinado produto ou marca.
Um evangelista é o rosto e a voz da missão da empresa. Ele narra uma história convincente, envolve-se, por meio da interação em vários canais, e constrói uma comunidade de usuários e clientes que ajudam o produto ou a causa a atingir um coeficiente viral, multiplicador.
No caso de tecnologia, estamos falando de alguém que aumenta a conscientização e cria uma massa de usuários para tecnologia, produtos ou serviços específicos. Seu trabalho abrange muitos aspectos do negócio, incluindo vendas, marketing e liderança.
As empresas investidas no sucesso de uma tecnologia ou serviço normalmente pagam a evangelistas de tecnologia para defenderem seu produto. Todavia, a chave de seu trabalho é a transparência e a entrega de conteúdo e comunicação autênticos ao seu público.
Essa persona educa os clientes e outros participantes importantes do mercado sobre os benefícios de uma tecnologia específica, incluindo plataformas, ferramentas de software e aplicativos. Seu objetivo é aumentar a conscientização e gerar credibilidade para um produto ou serviço.
Uma referência constante e de credibilidade nessa profissão é Guy Kawasaki, um norte-americano nascido no Hawai que popularizou o conceito de evangelista de tecnologia no marketing dos computadores Macintosh. Como um evangelista da Apple, ele personificou os conceitos de marketing de evangelismo, evangelismo de tecnologia e evangelismo de plataforma em geral. Hoje, Kawasaki é embaixador da marca Mercedes Benz nos Estados Unidos.
Quais são as características e habilidades de um bom evangelista de tecnologia?
Experiência de trabalho na indústria de tecnologia é um fator imprescindível entre os profissionais dessa área. E não poderia ser diferente: é necessário um conhecimento profundo sobre várias tecnologias, aplicativos, produtos e serviços para ser capaz de fornecer informações valiosas para os cliente, compreender o setor como um todo e interpretar os movimentos dos concorrentes.
O objetivo é consolidar-se como um líder de pensamento, alguém capaz de explicar claramente e convencer sobre as razões que tornam determinada tecnologia necessária, indispensável.
Desse modo, falar bem em público é um componente chave do evangelismo tecnológico. São obrigatórias desenvoltura e competência para realizar apresentações informativas e interessantes. Afinal, uma constante na carreira desse profissional é a participação em conferências, feiras, exposições de tecnologia e lançamentos.
Adicionalmente, competência para a comunicação em linguagem escrita também é fundamental. Redigir textos e mensagens coerentes e concisos em todas as plataformas pode estabelecer credibilidade para seu produto, marca ou conceito.
O evangelista de tecnologia bem-sucedido não tem tréguas ou longas férias. A pesquisa deve ser um hábito cotidiano para manter-se atualizado sobre tecnologias emergentes, necessidades e tendências do consumidor. O trabalho não para entre um grande lançamento e outro, bem como nos períodos em que não há grandes eventos e encontros.
A criatividade é um último ingrediente para ingressar nesse mercado de trabalho com remuneração média de quase US$ 100 mil por ano. Um desafio constante é desenvolver ideias criativas sobre como divulgar sua mensagem e alcançar seu público de maneira eficaz; implantar uma estratégia de mídia social para expandir o alcance, especialmente em plataformas já saturadas de usuários.
Afinal, você gostaria de se tornar um evangelista de tecnologia? Não há uma fórmula pronta ou curso com certificado específico, mas a função é exercida por profissionais com perfil bem definido e um leque de competências típicas das áreas de inovação, marketing e comunicação. Criar conteúdo próprio nas suas redes sociais e estudar cotidianamente o mercado pode ser um modo de experimentar parte do que é essa nova profissão.
Você está disposto a dar um passo disruptivo em sua carreira?
Fonte: Disruptivas e Conectadas/Arie Halpern