Em um ano desafiador como 2022, compreender as maiores tendências e caminhos para os negócios e aplicá-los nas organizações pode fazer toda diferença.
A pesquisa Plano de Voo 2022 da Amcham revelou que 75% do foco das lideranças estará no time e nos colaboradores, buscando gerar engajamento e capacitação, e que 32% das lideranças gostaria que sua organização se destacasse nos atributos inovação e disrupção.
Além disso, a pesquisa CEO Survey 2022, da PwC, aponta que a maioria dos líderes brasileiros têm metas relacionadas à satisfação do cliente, engajamento de funcionários e automação ou digitalização incluídas em suas estratégias de longo prazo. Desta maneira, Marco Castro, CEO da PwC Brasil, enxerga o nascimento de um novo perfil de líder: “uma pessoa voltada para inovação e resiliência, e preocupada com os talentos e o desenvolvimento deles.”
Para debater sobre esse assunto durante o Plano de Voo, encontro realizado pela Amcham, estiveram presentes a CEOs do Fleury, Jeane Tsuitsui; o CEO da PepsiCo Brasil, Alex Carreteiro, e o CEO da Cisco Brasil, Ricardo Mucci. Conheça o que estes inspiradores CEO têm como objetivo para este ano que já começou, mas de certa forma, ainda não decolou.
· Cibersegurança e digitalização
Ainda que a digitalização seja uma das principais estratégias de longo prazo que serão construídas pelos líderes, a pesquisa mostrou que os riscos cibernéticos são a segunda maior ameaça na visão deles. “O Brasil é um foco muito grande para ataques digitais e vivemos um cenário global de aumento dessas ameaças. São brechas que a tecnologia globalizada nos traz”, comenta Ricardo.
O CEO da Cisco Brasil alerta também que o cenário de LGPD que o país vive aumenta a complexidade da armazenagem de dados e exige que o tema seja tratado com a seriedade devida por parte das organizações.
· Retenção e atração de talentos
O advento do anywhere office está fazendo com que empresas fora do Brasil contratem profissionais brasileiros. Sendo assim, a concorrência por talentos aumenta ainda mais. “A questão de talentos na área de tecnologia é ainda mais complexa também, porque passamos a disputar profissionais em vários setores (saúde, financeiro, etc.) não apenas dentro dos setores de tecnologia como era antes”, enfatiza Ricardo.
· Adaptação à escassez global
Alex e Rodrigo citaram também a falta de insumos no mercado global, que tem acelerado a inflação no mundo inteiro, bem como no Brasil. “Temos um mundo apontando para tecnologias e software, mas precisamos pensar muito na infraestrutura para viabilizar essas tecnologias e há uma falta de insumos básicos, como containers e insumos diretos”, expõe Rodrigo.
“Com a inflação em alta, possivelmente precisaremos nos adaptar com formatos menores de produtos a fim de manter os preços”, explica Alex. Ele ainda comenta que a renda disponível desafiará muito o brasileiro e será predominante para a indústria de alimentos e bebidas. “Precisamos ter mais eficiência na cadeia de valor para operar com o menor custo possível”, pontua.
· Atenção à saúde preventiva e mental
No Brasil, somente 23% da população tem acesso à saúde suplementar, sustentada majoritariamente pelas empresas. Aproximadamente 8% do PIB está investido no setor, sendo a maioria oriunda do setor privado. Além disso, a tendência é um envelhecimento da população, aumentando a atenção para doenças cardiovasculares e Alzheimer, por exemplo.
“O Brasil ainda tem um sistema muito fragmentado, não temos uma visão integrada de informações e o uso dos recursos em saúde faz com que tenhamos menos uma visão de prevenção e mais uma alocação de recursos voltada para tratamento de doenças”, manifesta Jeane. Assim, ela justifica o desafio do Brasil de olhar mais para medicina preventiva e para a saúde em sua plenitude, tanto física como mental.
Por fim, os três principais desafios da liderança e gestão dos negócios brasileiros serão se reinventar, com tecnologias; repensar e reposicionar propósito, e se reconectar com contatos estratégicos e influenciadores do mercado.
Fonte: Amcham